O universo, dizem os
sábios, tem uns cinco milhões de
anos. A Terra, com quatro bilhões e meio, é
pouco mais jovem. A vida surgiu aqui há seiscentos
milhões de anos; os peixes há quatrocentos milhões; os
répteis e as aves há duzentos e vinte e cinco milhões. Os
hominideos, nossos avós mais longinqos, há três milhões de anos.
Nós mesmos, os homo sapiens, tal como somos agora, surgimos muito
recentemente, há uns cinqüenta mil anos. [...]
Alinhavei todos esses números para mostrar como somos pequeninos. Você e eu
somos uns bichinhos da Terra, insignificantes, de vida brevíssima e muito
enfezados. Tão briguentos uns contra os outros e tão desastrados no convivio com
as outras formas de vida, vegetais e animais, que até podemos acabar com a vida no
planeta. Não precisava nem devia ser assim, mesmo porque é perfeitamente provável
melhorar muito a vida, a nossa vida e a vida em geral. É claro que continuaremos
cultivando plantas para comer, criando bichos para matar e devorar, derrubando
árvores para fazer coisas etc. [...]
Reclamo é contra a destruição insensata das terras, é contra a poluição das águas, é
contra o envenenamentos dos ares, que delibitam todas as formas de vida, inclusive a
nossa. O ideal seria fazer do planeta Terra o jardim dos homens, o santiário das
plantas e dos bichos e, nele, um mundo mais justo e belo, em que toda a gente
comesse todo dia e cada um respeitasse os direitos de todos os outros.
Compor uma sociedade em que se cultivassem as ciências e as artes e na
qual cada criança pudesse se fazer herdeira do patrimônio de sabedoria
e de beleza da humanidade. Isto tudo num esforço conjunto de
homens no Cosmos, uns bichinhos inteligentes
e laboriosos.
Ribeiro, Darcy. Noções de coisas. São Paulo:
FTD, 1995. p. 76-77.
Agora reflita sobre o texto acima. Você considera importante a mensagem que o texto procurou transmitir? Explique com suas palavras e verifique a opnião dos colegas.
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